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Tchum-tchá ♪

15 dez

“Polícia do Rio prende funkeiros acusados de apologia ao tráfico.  Os funkeiros presos são conhecidos como McSmith, Tikão, Max e Frank. Com os funkeiros, foram apreendidos vários CDs, com funks conhecidos como “proibidões”. Eles serão autuados por formação de quadrilha, associação ao tráfico de drogas, incitação ao crime e apologia ao tráfico.”

Certo. Quem aí gosta de funk? Quem não gosta de chegar do trabalho, tirar o sapato, relaxar no sofá, dar uns cinco minutinhos, pôr a janta à mesa, reunir a família, fazer a oração e tocar um pancadão para relaxar? Nada mais mágico que a áurea de paz do funk carioca. As letras então? Tão mágico é interpretar suas entrelinhas e seus significados super elaborados, que ocultam a mensagem principal. Ok. Eu particularmente preferia quando o funk era idealizado por bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More, e a leveza de Claudinho e Buchecha, do que a batida do “pancadão carioca”. Não muda o fato de que “bota um funk aí e os zica já agita no baile”. Gostos à parte, que me lembre, desde a ditadura não vejo um “preso-músico”. E é isso mesmo que me lembra. Ditadura. Dizem que a situação faz o castigo. Pois é, lugar errado, hora errada? Talvez não. Mas se o Abin, vulgo Serviço Secreto Brasileiro, cuja principal função tem sido investigar crimes virtuais, desse uma varredura em computadores pessoais por aí, veríamos metade de nossos amigos serem autuados por formação de quadrilha. Agora ficou difícil fazer festas. Ficou difícil fazer um churrasco que for sem estar formando quadrilha. E é melhor eu terminar logo essa postagem e ir deletar todo e qualquer funk do meu computador. Vocês deveriam fazer o mesmo. E se algum de vocês acabarem sendo pêgos, lembrem-se, eu não tenho nada haver com isso!

É Funk, mas não deixa de ser cultura.
Toda forma de não-cultura é opressão.

Não me leve

14 dez

Não parta. É difícil aceitar, que todas pessoas nos partem. Você não me partiu. Você não conseguiria. Seu jeito, seu jeito eu mesma de ser… Eu preciso de mais um pouco. Só você faz isso comigo. Só você faz isso consigo mesma. Só com você consigo ser quem eu quero, quem eu quero conseguir ser. Só você me obriga a ser eu. Sua impulsividade, suas atitudes. Eu vejo, fazem isso. Isso. Fica difícil saber se isso é bom ou ruim. Quando você vai embora. Você vai embora. Foge de si mesma. Não percebe, mas leva também a mim. A melhor parte de mim. Seja você mesma, suspire. Você não precisar ser alguém, que você já não é. Olhe pro mundo lá fora, aquele que não é seu. Não quero ter parte nele tanto quanto você. Prefiro olhar pro seu mundo. Você o construiu. Pra que fugir de si mesma, se vive num mundo que é seu? E eu só tenho vida aí, no seu mundo. Fora dele existo tanto quanto a sua paciência. Explosiva, enigmática. Você é como uma charada: sem solução. Por muitas vezes eu penso que eu sou o único que sabe como resolvê-la. De fato sou. Mas ainda não consegui. Você não quer ser resolvida, eu não quero te resolver. E ficamos nesse impasse. Ao menos concordamos. E às vezes parece que, de uma hora pra outra, a charada está completa, não há mais o que resolver. E quando eu noto…

Não vá embora…

Não parta.

Música: Teorema
Intérprete: Ira!
(Renato Russo)