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Conter-se

16 dez

Tanta ira, tanta fúria. Tem hora que nos tira do sério. Como é que isso foi parar em mim? É quase como um tiro que nos acerta de repente e não conseguimos entender nem de que direção veio, quanto mais quem disparou. Uma bala perdida. Não há muito o que fazer, você já foi ferido e está prestes a ser mais ainda. Começa a pensar se seria melhor se proteger ou revidar. Bater ou correr? E que tal acabar com o tiroteio? Você já foi ferido… nada do que faça vai fazer o sangue parar de jorrar. É difícil, mas é o que é. A retaliação vai de cada um, todos iguais e tão desiguais, de igual forma desigual reagimos. Só que a culpa não é nem de quem nos feriu, mas sim de quem disparou o tiro, que veio como um raio de luz, refletido e repassado de espelho em espelho, como numa batata-quente, até que queime justamente em você. Mas o tiro não só fere: também faz barulho. Assusta. Tanto barulho por nada. Que no fim qualquer que for a nossa reação, gera isso, Nada. Ou pior; é como ter perdido três e ter que escolher entre ganhar zero ou perder mais ainda. Matemática injusta a das variáveis inconstantes. Que é o que todos somos, alguns mais frequentemente, outros tão raramente, mas que é o que todos somos. Inconstantes e prontos para explodir.

Só uma chancezinha, vai?

15 dez

É uma chance que a gente tem mas nem sempre aproveita. Nem sabe se sabe aproveitar. O instante tal é uma chance única que surge repentinamente e que por deveras não aproveitamos. Melhor assim? Não sei… Dependendo da chance fica melhor o coloquial mesmo. Cada chance é diferente e cada uma delas exige diferente abordagem. O fato é que esperamos por ela: queremos algo em específico, sabemos o que queremos, como vamos agir, só falta que a chance venha. Muitas vezes é só uma conversa ou somente um encontro;  às vezes uma deixa apenas basta. Só falta que surja. Eis que surge. Às vezes demoramos pra perceber que surgiu. Outras, tão improvável achávamos que surgisse, que nos pegam desprevenidos. Toma forma o impasse Shakespeariano: será que é agora? Será que vai dar? Devo ou… pensamos muito, agimos pouco. Tão logo ela veio, tão logo se vai. Se esvai. E o que talvez fosse a tão única tal chance que esperávamos, se foi. E ainda nos perguntamos “por que só não acontece pra mim?”. Depois volta… ou não. Tem coisa na vida que não volta. Mas se você desperdiçou aquela grande chance que não volta mais, não se preocupe:  não é sempre que estamos em plena prontidão. E, de fato, muitos tem mais chances do que outros. Mas pensar nisso de anda adianta. Cabe mais pensar, sem arrependimentos: “o que estou fazendo com as minhas?”

Mundial Mazemclubes

14 dez

Quatorze de dezembro de 2010, alguma coisa muda no mundo, pelo menos no do futebol. E, pasmem, a FIFA estava certa. Bola prum lado, bola pro outro. Marcação apertada. Muita correria africana e o Colorado desperdiçando gols. Gol. Um à zero pro Mazembe. Mazembe que já havia participado de duas edições anteriores. Mazembe que correu e correu e correu. Habilidade x garra, o eterno duelo interno do futebol. Mazembe que eliminou o Pachuca. E que agora eliminava o Inter. Dioko Kaluyituka. No ataque, sosinho, ele pedala pra cima do ultimo homem, que nem zagueiro é. Guiñazu olha pra trás, ele sabe o que aconteceu: o fim do sonho do bicampeonato mundial. Gol, do Mazemebe. Talvez seja isso que toda a torcida colorada tenha pensado naquele momento. Já o mundo do futebol soube: a FIFA estava certa. Óbvio. Como não estaria? Como dizer que o Santos levou o título mundial de 1962 se tudo que ele teve pela frente foi o Benfica? Onde estava o time da África ou o da Ásia naquela momento? 92, 93… São Paulo? Por que não o Verdy Kawasaki, campeão da J-League daquele ano? 1999 -Manchester United. 2004…  …Também, quem teve a maldita idéia de tornar coletivo um substantivo que no máximo era composto, e o pior, de dois núcleos apenas?

O fato é: o até então mundial não era Mundial.
E hoje vimos o Mazembe se classificar para a Final.